As doenças cardiovasculares são a causa mais frequente de morte em pacientes com um quadro clínico de diabetes e segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, estima-se que cerca de 10% da população brasileira adulta seja diabética. No entanto, 23% não segue nenhum tipo de tratamento. Além disso, de acordo com um estudo publicado recentemente pela American Heart Association, o paciente que sofre com o diabetes tem risco até duas vezes maior de desenvolver alguma doença cardíaca.

Ainda segundo o estudo, a taxa de mortalidade relacionada com doenças cardíacas, em diabéticos com mais de 65 anos, é de 68% e aproximadamente 50% dos adultos com diabetes também desenvolvem alguma doença cardiovascular fatal.

O cirurgião cardíaco de São Paulo, Marcelo Sobral, explica que o metabolismo do diabetes resulta em partículas de gordura que são quimicamente modificadas e tóxicas à parede da artéria. Essas partículas de gordura modificadas e tóxicas são absorvidas pelas células dentro da parede da artéria e por isso, o diabetes é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e entupimento de artérias, especialmente das pernas e pés, além de formação de aneurismas (dilatação de um vaso sanguíneo).

“Quando o diabetes se instala no organismo, ele potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado. É como se essa doença fosse uma espécie de combustível perverso, difícil de ser removido, possível de ser controlado, porém, pronto para causar muitos problemas”, completa o cirurgião cardíaco.

Segundo o especialista, o diabetes tipo II oferece ainda mais risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. “Por isso a má alimentação, falta de atividade física regular e de acompanhamento médico adequado são hábitos que devem ser modificados”, finaliza Sobral.

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