Na semana passada, a Associação Americana do Coração, nos Estados Unidos, redefiniu as diretrizes usadas para a medição da pressão arterial. Com isso, quem tinha pressão máxima entre 130 a 139 e mínima entre 80 e 89 não era considerado hipertenso, mas sim pré-hipertenso. Agora, esses números baixaram para 120 a 129 e a partir de 80 para a mínima, considerando hipertensas as pessoas que têm pressão acima de 130 por 80.
Com essa nova regra, quase metade da população americana (46%) passa a ser considerada hipertensa. Anteriormente, um em cada três americanos, cerca de 32%, tinha a condição, que é a segunda principal causa da doença cardíaca e do Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Segundo o cirurgião cardíaco de São Paulo, Marcelo Sobral, esse novo diagnóstico nem sempre significa que o paciente precisa tomar medicação. “Essa mudança é uma forma de controle para que a pessoa tome medidas para regularizar a pressão arterial, principalmente mudando os hábitos de vida. Se a pessoa chegar a 130 por 80, por exemplo, ela dobra o risco de complicações cardiovasculares em comparação com aqueles que têm um nível normal”, ressalta o especialista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, até outubro desde ano, 17 milhões de brasileiros já sofriam com o problema. Por isso, vale ressaltar que a redefinição das diretrizes de medição da pressão ainda não deve causar impactos no Brasil, mas serve de alerta. “A hipertensão é uma das principais causas de morte no Brasil, sendo responsável por cerca de 300 mil óbitos por ano. Portanto, as diretrizes podem chegar ao país por conta dos números alarmantes dessa doença, além de incentivar o combate e o tratamento”, finaliza o especialista.