A equipe do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, apresentou em maio deste ano, sua mais nova versão de um “chip cardíaco”, ou, um coração dentro de um chip. De acordo com os pesquisadores essa é a primeira vez em que é possível medir simultaneamente duas funções cardíacas fora do corpo: a taxa de batimentos e a eletrofisiologia de células cardíacas humanas. As células têm durabilidade de nove dias e são cultivadas em um ambiente projetado para funcionar de maneira precisa e contínua igual ao coração.
Segundo o cirurgião cardíaco de São Paulo, Dr. Marcelo Sobral, essa nova tecnologia pode abrir muitas portas para o avanço na medicina. A capacidade de registrar essas duas funções torna possível novas pesquisas por medicamentos, já que a novidade apresentada é a tamanha semelhança entre o coração humano e o biochip, que poderá identificar, com precisão, futuros problemas cardíacos causados por produtos farmacêuticos, além de diminuir a necessidade de realizar testes em animais.
“A cardiotoxicidade, por exemplo, que é um efeito secundário bastante frequente em muitos medicamentos, como os agentes de quimioterapia que são conhecidos por serem cardiotóxicos, seria um problema que o biochip poderia identificar e assim, os profissionais buscariam outras possibilidades”, explica o especialista.
Ainda segundo dados da pesquisa, o biochip possui microeletrodos biocompatíveis que estabelecem uma interface com as células que crescem e se comunicam em cima deles. E as células cardíacas começam a bater após dois dias em cultura e funcionam de forma consistente durante até nove dias.
“Ainda são necessários muitos estudos e pesquisas, porém, o biochip cardíaco é um grande avanço na medicina que vale a pena investimento”, finaliza Sobral.